Viver a vida "decente" de Ivan Ilitch é viver uma vida deliberadamente conveniente. Forçosamente leve e agradável. Vida de raros entusiasmos, de envolvimentos recatados, aceitáveis. Vida vazia de si, vazia em si.
É nunca se expor ao ridículo, ainda que se imagine inteiramente racional. É reprimir e minimizar sentimentos, fragilidades, covardias e enganos. É se projetar num patamar plasticamente superior, artificialmente seguro, engessadamente nobre.
É se atirar numa cratera de falsos valores e viver idealmente. É vincular-se a conceitos e não a pessoas. É matar a subjetividade e despir a própria humanidade. É calar vozes interiores, abandonar a busca atávica de sentido, esquecer-se automaticamente de si.
Mas mal sabe ele, o "decente", o sabor da vida humana, sempre tão incerta e apaixonante, tão contraditória e envolvente. Por isso eu, um autêntico "decente", sofro, choro e morro com Ivan Ilitch. E vislumbro me atirar no abismo de uma vida plena, redescobrindo o gosto "indecente" do infinito.
É nunca se expor ao ridículo, ainda que se imagine inteiramente racional. É reprimir e minimizar sentimentos, fragilidades, covardias e enganos. É se projetar num patamar plasticamente superior, artificialmente seguro, engessadamente nobre.
É se atirar numa cratera de falsos valores e viver idealmente. É vincular-se a conceitos e não a pessoas. É matar a subjetividade e despir a própria humanidade. É calar vozes interiores, abandonar a busca atávica de sentido, esquecer-se automaticamente de si.
Mas mal sabe ele, o "decente", o sabor da vida humana, sempre tão incerta e apaixonante, tão contraditória e envolvente. Por isso eu, um autêntico "decente", sofro, choro e morro com Ivan Ilitch. E vislumbro me atirar no abismo de uma vida plena, redescobrindo o gosto "indecente" do infinito.
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